Top 10 melhores destinos de pesca no Brasil

pesca no Brasil

A pesca no Brasil não é apenas uma tradição cultural: é um setor turístico que movimenta milhares de pessoas todos os anos e gera impacto direto na economia. Segundo o Boletim de Inteligência de Mercado no Turismo (BIMT), publicado pelo Ministério do Turismo, o país conta com 202 destinos de pesca identificados em 18 estados e no Distrito Federal, reúne mais de 9 milhões de pescadores, sustenta uma rede de 3 mil pesqueiros e 1.700 meios de hospedagem especializados e organiza cerca de 500 torneios de pesca esportiva por ano.

Esse universo é responsável por mais de 200 mil empregos diretos e indiretos e, segundo estimativas do setor, turistas de pesca chegam a gastar até três vezes mais do que turistas convencionais, um dado que explica por que tantos estados têm investido em infraestrutura para receber pescadores do Brasil e do exterior.

Mas quais são os melhores destinos para quem deseja pescar em águas brasileiras? A seguir, reunimos os Top 10 lugares mais procurados para pesca esportiva no Brasil, com dados oficiais, espécies de destaque e curiosidades sobre o fluxo de turistas.

1. Amazônia (Barcelos, rio Negro e afluentes)

A Amazônia figura como epicentro da pesca esportiva brasileira. Espécies como o tucunaré-açu, o traíra, o pintado e o jaú são celebradas por pescadores do mundo inteiro. O modelo de pesca chamado pesque e solte (captura seguida da devolução) vem sendo amplamente adotado, especialmente nas áreas mais remotas, como forma de conciliar turismo e sustentabilidade.

No estado do Amazonas, estima-se que o turismo de pesca movimente cerca de R$ 500 milhões em receita direta e indireta. Nas temporadas mais intensas, só os pescadores deixam cerca de R$ 120 milhões no estado.

Apesar do potencial, o desafio permanece: a capacidade de hospedagem especializada ainda é menor que a demanda em muitas áreas amazônicas.

2. Pará (rios Xingu, Araguaia, Tapajós, Tucuruí etc.)

O Pará já se consolidou como um dos polos nacionais de pesca esportiva. O BIMT destaca que esse estado reúne condições naturais (rios volumosos, diversidade de espécies) e está entre os destinos que mais atraem turistas de pesca no país.

Espécies como tucunaré, pirarucu, tambaqui e tarpon são parte da atração. Os municípios de Altamira, Oriximiná e Jacareacanga já contam com pousadas especializadas, guias capacitados e estrutura de apoio para visitantes, incluindo estrangeiros.

Segundo o estudo da Embrapa / UFRA sobre turismo de pesca amadora na Amazônia Oriental, muitos empreendimentos de pesca no Pará operam praticamente o ano todo, mas ainda enfrentam limitação de hospedagem especializada para atender inteiramente a demanda.

Um dado expressivo: o estudo menciona que a pesca recreativa e esportiva no Brasil movimenta cerca de US$ 2 bilhões anuais, gerando cerca de 200 mil empregos, segundo estimativas ligadas ao Ministério da Pesca.

3. Mato Grosso (Sinop, Alta Floresta, região do Araguaia etc.)

Mato Grosso é citado no BIMT como destaque: dez municípios foram classificados como principais destinos de pesca esportiva, incluindo Sinop, que entrou no mapa nacional como polo emergente.

Em Sinop, por exemplo, além dos rios que abastecem a região (como o Teles Pires, com tucunaré, dourado, trairão), há investimentos locais em torneios de pesca com premiações significativas, incentivos para guias e estrutura municipal para receber visitantes.

Esses municípios aproveitam rios que cortam ecossistemas mistos entre Amazônia e Cerrado, tornando-se pontos estratégicos para quem busca transição de biomas e variedade de espécies.

4. Pantanal (MS e MT), especialmente Corumbá / Coxim

O Pantanal é um dos destinos mais clássicos da pesca de água doce no Brasil. Suas águas abrigam peixes como dourado, pacu, jaú e pintado. A combinação entre pesca e observação da fauna selvagem torna a experiência ainda mais atraente.

Em Corumbá (MS), o turismo de pesca é um dos pilares locais, com vários barcos-hotel, pousadas especializadas e ecoturismo integrado à pesca.

Outra cidade que costuma aparecer nos roteiros é Coxim (MS). Conhecida como “Capital Nacional do Peixe”, ela recebe milhares de pescadores todos os anos, atraindo visitantes que percorrem os rios Taquari, Coxim e Jauru. A economia local gira fortemente em torno do turismo de pesca: ranchos pesqueiros, estruturas de apoio, gastronomia local e hospedagem compondo o ecossistema da pesca.

5. Goiás / Cerrado (Serra da Mesa, Aruanã etc.)

No interior do Brasil, Goiás e o cerrado têm se destacado especialmente pela pesca de tucunaré-azul em grandes reservatórios como Serra da Mesa. A topografia e condições hídricas do cerrado fazem desses locais pontos ideais para pesca esportiva.

A pesca esportiva no cerrado também combina com turismo rural, cachoeiras e ecoturismo, aproveitando a diversidade do cerrado como cenário agregado. Muitos pacotes turísticos já contemplam ecoturismo + pesca.

6. Litoral / pesca oceânica (Canavieiras, Rio-Bahia, litoral nordestino)

Para quem prefere mar aberto, o Brasil oferece lugares extraordinários. A cidade de Canavieiras (BA) é um desses casos de destaque: é considerada um dos principais pontos de pesca oceânica do país. A apenas 10 milhas da costa já se encontram profundidades suficientes para pesca de marlin azul e outras espécies de bico. Canavieiras sedia um torneio anual de pesca esportiva, com regulamentos que exigem a comprovação fotográfica e a devolução do peixe.

Na costa entre o Rio de Janeiro e a Bahia, há rotas marítimas de pesca de marlins, atuns e dourados do mar. Esses locais aproveitam a proximidade com mar aberto e infraestrutura portuária para atrair embarcações de pesca esportiva.

7. Roraima e Norte além da Amazônia tradicional

Roraima tem aparecido em projetos e iniciativas de turismo de pesca. A região do baixo Rio Branco, Uraricoera e afluentes é apontada como destino emergente, aproveitando biodiversidade ainda pouco explorada.

Embora o fluxo ainda seja menor comparado à Amazônia central, o potencial é grande, especialmente se houver investimentos em infraestrutura de acesso e hospedagem.

8. Litoral de Pernambuco e Alagoas – pesca em mar azul

As águas profundas do nordeste brasileiro são ideais para pesca oceânica. Em Pernambuco e Alagoas, o turismo de pesca cresce em paralelo ao turismo de sol e praia, oferecendo pacotes que incluem passeios de barco, mergulho e experiências gastronômicas.

A região é estratégica por causa da corrente do Brasil, que traz espécies migratórias como atuns e dourados-do-mar. O turismo de pesca complementa a já forte presença de visitantes europeus, atraídos pelo clima ensolarado o ano todo.

Espécies: atum, dourado-do-mar, peixe-espada, wahoo.

9. Serra da Mesa (GO) – o Caribe da pesca esportiva

O lago de Serra da Mesa, em Goiás, é o maior reservatório artificial do Brasil em volume d’água e se tornou referência nacional na pesca do tucunaré-azul. O cenário formado por cânions, paredões rochosos e águas cristalinas rendeu ao destino o apelido de “Caribe da pesca esportiva”.

Revistas especializadas internacionais já destacaram a região, consolidando-a como ponto de peregrinação de pescadores esportivos. Eventos anuais de pesca reúnem centenas de participantes e movimentam pousadas e comércios locais.

10. Porto Murtinho (MS) – pesca às margens do Rio Paraguai

Localizada na fronteira do Brasil com o Paraguai, Porto Murtinho é banhada pelo Rio Paraguai, um dos mais importantes do Pantanal. A cidade é reconhecida como ponto de partida para expedições de pesca que atraem tanto turistas brasileiros quanto estrangeiros, especialmente paraguaios e argentinos.

A diversidade de peixes impressiona: o dourado, considerado o “rei do rio”, é a estrela das pescarias locais, mas espécies como pacu, pintado, jaú e cachara também fazem a alegria dos visitantes.

Conclusão

A pesca no Brasil é muito mais do que esporte: é economia, cultura e sustentabilidade. A cada temporada, milhares de turistas brasileiros e estrangeiros se aventuram pelos rios amazônicos, planícies pantaneiras e mares do nordeste em busca de troféus naturais.

O desafio agora é equilibrar crescimento econômico com preservação ambiental, para que o Brasil siga sendo, por décadas, um dos maiores destinos de pesca do mundo.

Sobre o Autor

Rafael Hertel
Rafael Hertel

Sou Rafael Hertel, jornalista e apaixonado por viagens. Ao longo dos anos, tive o privilégio de explorar destinos fascinantes ao redor do mundo, desde grandes metrópoles até refúgios escondidos. Cada viagem me proporcionou experiências únicas e momentos inesquecíveis, e agora quero compartilhar essas aventuras e dicas com você.

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