Os passaportes mais poderosos do mundo em 2025
Viajar pelo mundo nunca foi tão desigual. Enquanto alguns cidadãos podem simplesmente comprar a passagem e embarcar para quase qualquer destino, outros ainda precisam enfrentar filas em consulados, formulários intermináveis e entrevistas burocráticas. É aí que entra a força de um documento que carrega muito mais do que a sua identidade: o passaporte.
Em julho de 2025, o Henley Passport Index atualizou o ranking global dos passaportes mais poderosos. O primeiro lugar continua com um país asiático, Singapura, cujos cidadãos podem entrar em 193 destinos sem visto. Logo atrás vêm Japão e Coreia do Sul, e depois uma sequência de países europeus — da Alemanha à Itália, passando por Portugal e França.
Esse domínio europeu não é surpresa: a União Europeia, com seu bloco de livre circulação, construiu um passaporte que funciona quase como uma chave-mestra para o planeta.
O que faz um passaporte ser poderoso
O poder de um passaporte é medido pelo número de países que aceitam entrada:
- Sem visto
- Com visto na chegada (VOA)
- Com autorização eletrônica (eVisa/eTA)
Quanto maior o número de destinos acessíveis nessas condições, mais valioso é o passaporte.
Top 10 passaportes mais poderosos em 2025
Segundo o Henley Passport Index (julho/2025), os líderes são:
- Singapura – acesso a 193 destinos
- Japão e Coreia do Sul – 190 destinos
- Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália e Espanha – 189 destinos
- Áustria, Bélgica, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Portugal e Suécia – 188 destinos
- Grécia, Nova Zelândia e Suíça – 187 destinos
- Reino Unido – 186 destinos
- Austrália, República Tcheca, Hungria, Malta e Polônia – 185 destinos
- Canadá, Estônia e Emirados Árabes Unidos – 184 destinos
- Croácia, Letônia, Eslováquia e Eslovênia – 183 destinos
- Islândia, Lituânia e Estados Unidos – 182 destinos
Vale lembrar: vários países empatam porque têm acesso ao mesmo número de destinos.
Onde entra o Brasil nessa história
O Brasil, apesar de não estar entre os dez primeiros, se consolida como um dos passaportes mais fortes do Hemisfério Sul. Em 2025, o documento brasileiro dá acesso livre a 171 países, colocando o país na 17ª posição do ranking. Isso significa que um brasileiro tem praticamente a mesma mobilidade de um britânico ou de um canadense de duas décadas atrás.
Mais do que números, a posição brasileira reflete também o peso diplomático conquistado nos últimos anos. Em 2023, um acordo histórico com a China eliminou a necessidade de visto entre os dois países. No ano seguinte, foi a vez da Rússia assinar um pacto semelhante. Para o turista, isso representa menos barreiras; para o empresário, abre portas em dois dos maiores mercados globais.
Os obstáculos que ainda existem
Nem tudo, porém, são facilidades. Para entrar nos Estados Unidos, por exemplo, o brasileiro continua obrigado a enfrentar um dos processos de visto mais rígidos e caros do mundo. O mesmo vale para Canadá e Austrália, que exigem autorizações eletrônicas ou entrevistas consulares. Em destinos africanos como Nigéria ou Gana, os trâmites ainda são lentos e burocráticos.
Esses entraves explicam por que o passaporte brasileiro não alcança o topo do ranking: basta somar meia dúzia de destinos de peso com exigência de visto para derrubar algumas posições.
Países que ainda exigem visto de brasileiros (2025)
Apesar da boa colocação, alguns países continuam exigindo visto, seja tradicional ou eletrônico. Eis os principais:
América do Norte
- Estados Unidos
- Canadá (em alguns casos, aceita eTA para entrada aérea, mas ainda exige visto regular na maioria das situações)
- México (desde 2022 exige visto eletrônico para entrada aérea)
Europa e Oriente Médio
- Turquia (eVisa eletrônico, rápido de obter)
- Cazaquistão (para algumas categorias de viagem)
- Irã
Ásia
- Índia (exige eVisa online)
- Vietnã
- Mianmar
- Butão
África
- Nigéria
- Gana
- Etiópia (eVisa necessário)
- Egito (eVisa eletrônico, obrigatório mesmo para turismo)
- África do Sul (desde 2023 voltou a exigir visto, apesar de negociações para retomar a isenção)
Oceania
- Austrália (autorização eletrônica prévia, eVisitor/ETA).
Comparando o Brasil com os líderes
Enquanto um passaporte de Singapura abre as portas de 193 países, o brasileiro permite entrada em 171. A diferença está nos países mais restritivos — como EUA, Canadá e Austrália — que continuam exigindo visto.
Mesmo assim, o documento brasileiro é considerado um dos mais poderosos das Américas, à frente de vários vizinhos e em posição próxima a potências médias globais.
Vantagens exclusivas do passaporte brasileiro
Além do ranking, há benefícios que tornam o passaporte brasileiro especialmente útil:
- Livre circulação no Mercosul: brasileiros podem viver e trabalhar em países como Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia com pouca burocracia.
- Acesso facilitado à União Europeia: estadias de até 90 dias sem visto em quase todos os países do espaço Schengen.
- Isenção recente em destinos estratégicos: como China e Rússia, dois mercados globais de negócios e turismo.
Impacto para viajantes brasileiros
Na prática, isso significa menos tempo perdido com entrevistas em consulados e menos gastos com taxas de visto. Por outro lado, destinos populares como Estados Unidos, Canadá e Austrália ainda representam obstáculos.
Quem pretende viajar para esses países precisa se planejar, reunir documentos e arcar com custos de emissão.
Conclusão
O ranking dos passaportes mais poderosos de 2025 mostra como Singapura, Japão e Coreia do Sul lideram a mobilidade global. Mas também revela que o Brasil ocupa uma posição privilegiada, no 17º lugar, com acesso a 171 países sem visto.
Graças a novos acordos com Rússia e China, o documento brasileiro ganhou ainda mais força, consolidando-se como um dos mais poderosos do Hemisfério Sul.
Sobre o Autor
0 Comentários