Quantas vezes o homem pisou na Lua?

Poucos momentos na história da humanidade despertaram tanta emoção quanto o instante em que Neil Armstrong colocou os pés na superfície lunar em 20 de julho de 1969. Sua frase — “um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade” — não foi apenas um marco da corrida espacial, mas também um símbolo de como a curiosidade e a coragem podem levar a humanidade além dos limites da Terra.
Mas Armstrong não foi o único a realizar esse feito. Ao todo, o homem pisou na Lua seis vezes, em missões que aconteceram entre 1969 e 1972, todas sob o comando do programa Apollo da NASA. Vamos revisitar essa jornada histórica, entender como ela aconteceu e por que nunca mais voltamos ao satélite natural da Terra.
Apollo 11: o primeiro passo (1969)
A primeira alunissagem ocorreu em 20 de julho de 1969, quando o módulo lunar Eagle pousou no Mar da Tranquilidade. Neil Armstrong e Buzz Aldrin se tornaram os primeiros humanos a caminhar na Lua, enquanto Michael Collins permaneceu orbitando no módulo de comando. Essa missão não apenas venceu a corrida espacial contra a União Soviética, mas também entrou para sempre na memória coletiva da humanidade.
Apollo 12: explorando mais longe (1969)
Poucos meses depois, em novembro de 1969, Charles Conrad e Alan Bean pousaram na Lua com a missão Apollo 12. Eles tiveram a tarefa de realizar experimentos científicos e recuperar partes da sonda Surveyor 3, que havia chegado ao satélite anos antes. Esse pouso mostrou que os americanos não haviam apenas chegado à Lua por acaso: havia planejamento e repetição.
Apollo 14: superando dificuldades (1971)
Após o acidente da Apollo 13, que quase terminou em tragédia, a Apollo 14 restaurou a confiança no programa. Em fevereiro de 1971, Alan Shepard — o primeiro americano no espaço — finalmente caminhou na Lua, ao lado de Edgar Mitchell. Shepard ainda entrou para a história por improvisar uma tacada de golfe no solo lunar, mostrando que até em outro planeta havia espaço para um gesto simbólico e descontraído.
Apollo 15: ciência em movimento (1971)
Em julho de 1971, a Apollo 15 levou à Lua algo inédito: o veículo lunar. David Scott e James Irwin puderam se deslocar por áreas mais distantes do local de pouso, ampliando as possibilidades de exploração. Essa missão marcou o início de uma nova fase, em que a ciência ganhou ainda mais protagonismo.
Apollo 16: descobrindo as terras altas (1972)
A Apollo 16, em abril de 1972, levou John Young e Charles Duke às chamadas terras altas lunares, uma região geologicamente diferente das visitadas anteriormente. A exploração com o rover lunar possibilitou a coleta de rochas que ajudaram os cientistas a compreender melhor a formação da Lua.
Apollo 17: o último salto (1972)
A última missão tripulada à Lua foi a Apollo 17, em dezembro de 1972. Eugene Cernan e Harrison Schmitt — o único geólogo profissional a caminhar na Lua — passaram cerca de 75 horas na superfície, a mais longa estadia de todas as missões. Antes de partir, Cernan deixou uma mensagem emocionada, dizendo que a humanidade voltaria “com paz e esperança para toda a humanidade”. Até hoje, ele continua sendo o último homem a pisar na Lua.
Por que não voltamos mais?
Muita gente se pergunta: se fomos seis vezes à Lua, por que nunca mais voltamos? A resposta mistura custo, política e prioridades. As missões Apollo consumiam orçamentos bilionários e tinham como pano de fundo a corrida espacial contra a União Soviética. Quando os EUA venceram essa disputa, o interesse político diminuiu, e a NASA passou a investir em projetos como o ônibus espacial e a Estação Espacial Internacional.
Outro fator muitas vezes esquecido é a quantidade de pessoas necessárias para tornar aquelas missões possíveis. O programa Apollo envolveu mais de 400 mil trabalhadores — entre engenheiros, técnicos, cientistas e funcionários de apoio. Manter essa estrutura gigantesca funcionando era extremamente caro e complexo. Sem o impulso da rivalidade geopolítica, ficou cada vez mais difícil justificar a mobilização de tantos recursos e profissionais para continuar enviando astronautas à Lua.
O futuro do turismo lunar
Apesar de meio século sem novos passos humanos, o interesse pela Lua nunca desapareceu. Programas atuais, como o Artemis, da NASA, prometem levar novamente astronautas ao satélite já nesta década, incluindo a primeira mulher e a primeira pessoa negra. Empresas privadas, como a SpaceX, também sonham em transformar a Lua no próximo destino de turismo espacial.
Conclusão
A resposta para a pergunta “quantas vezes o homem pisou na Lua” é simples: seis vezes. Mas o significado por trás desse número é muito maior. Cada missão foi um capítulo de coragem, tecnologia e exploração que moldou a forma como vemos nosso lugar no universo. A Lua continua lá, silenciosa, esperando pelo próximo salto humano — talvez não apenas de astronautas, mas também de turistas espaciais em um futuro não tão distante.
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